ESCOLA GÊNESIS

Um espaço onde o Criador e a criatura andam juntos

Fachada principal

Este projeto nasceu da missão de uma instituição religiosa em Itabira/MG, que desejava criar um ambiente de ensino fundamental I capaz de unir conhecimento acadêmico, espiritualidade e sensibilidade arquitetônica.

O desafio era claro: desenvolver uma escola que fosse mais do que um local de aprendizado — um espaço simbólico, sensorial e acolhedor, onde as crianças pudessem iniciar sua jornada de conhecimento em conexão com o Criador.

O CONCEITO: "VIVENDO A CRIAÇÃO"

Inspirado nos sete dias da criação descritos no livro de Gênesis, o conceito “Vivendo a Criação” guiou toda a narrativa do projeto. Cada pórtico arquitetônico representa um dia da criação, como marcos de passagem e descobertas. Todo o edifício é abraçado por uma faixa de cor azul simbolizando o espaço, a vastidão do universo — um universo que é infinito, tal como o conhecimento, a espiritualidade e a imaginação infantil.

O ponto de partida — “Haja luz” — se materializa logo na entrada: um hall com cobertura de vidro permite que a luz natural inunde o espaço, marcando o início de cada jornada diária com a mesma energia do primeiro dia da Criação. Cada ambiente da escola é pensado como um novo “dia”, um novo sopro de vida, aprendizado e revelação.

Entrada principal "Haja luz"

FUNDAMENTO NEUROCIENTÍFICO: ARQUITETURA QUE APOIA O DESENVOLVIMENTO

A proposta foi orientada por evidências da neuroarquitetura, especialmente os estudos apresentados no artigo “O impacto do design de espaços de aprendizagem na atenção e na memória a partir de uma abordagem neuroarquitetônica: uma revisão sistemática” (Viana et al., 2022).Esse estudo destaca como elementos do ambiente físico influenciam diretamente a atenção, a memória e o desempenho cognitivo de crianças em fase escolar.

Seguindo essas diretrizes, priorizou-se:

• Iluminação natural abundante, promovendo ritmos circadianos saudáveis e atenção prolongada;

• Ventilação cruzada, que favorece a oxigenação e o conforto térmico;

• Biofilia integrada ao projeto, com floreiras na fachada e visuais verdes que ativam o córtex pré-frontal — região do cérebro responsável pelo foco, pela tomada de decisões e pela empatia.

Cada detalhe do espaço foi desenhado para ampliar a percepção sensorial das crianças, sem sobrecarregar. O ritmo da natureza é traduzido em arquitetura: texturas naturais, variação de luz ao longo do dia, sons sutis e zonas de respiro entre os ambientes.

CONCLUSÃO: ESPAÇO SAGRADO, VIVO E SENSÍVEL

Projetar uma escola é também reconhecer a infância como sagrada — cheia de perguntas, afetos e descobertas.

Nesta escola, o Criador e a criatura andam juntos: aprendendo, criando e recriando o mundo a cada dia.

Cada ambiente é uma página viva da Criação.

Cada criança, uma história que começa com luz.